segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Reação do cérebro ao álcool

Depois de um tempo ausente, no post de hoje explicarei, de forma objetiva, como o cérebro reage ao álcool, essa droga tão utilizada atualmente!
Inicialmente, o álcool afeta a comunicação entre as células nervosas (os neurônios) e os tecidos, aumentando a atividade tanto das vias, quanto de neurotransmissores inibidores e impedindo a atividade dos estimulantes. Exemplificando, o álcool faz com que a atividade dos neurotransmissores GABA (ácido gama-aminobutírico) e dopamina sejam aumentados, que fazem com que os movimentos fiquem mais lentos e a fala enrolada e cria sensações de prazer, respectivamente. Enquanto isso, inibe a atividade do glutamato, o que leva a um retardo fisiológico.
Tudo isso significa que o organismo irá reagir mais lentamente a qualquer estímulo, seja ele intra ou extracorporal.
Então, o cérebro é afetado pelo álcool na seguinte ordem: córtex cerebral, sistema límbico (hipocampo, amídalas e nucleus accumbens), cerebelo, hipófise (ou glândula pituitária), hipotálamo e medula (haste do cérebro).
  • Córtex cerebral: É o responsável pelo pensamento, raciocínio, percepção, atenção, memória de longo prazo, linguagem e funções executivas e os processos de percepção sensorial (visão, audição, tato e olfato). O álcool faz com que os centros inibidores sejam enfraquecidos, o que deixa a pessoa mais desinibida, comunicativa e autoconfiante; os sentidos ficam mais lentos, tendo problemas com audição, olfato, visão, tato e paladar, e o limiar de dor fica maior. Por fim, o indivíduo não consegue utilizar o bom senso, muito menos pensar claramente.
  • Sistema límbico: Esse sistema é responsável pelas emoções (medo, raiva, dor, prazer, afeição, libido)e em processos de memória (o hipocampo, em particular, está associado à consolidação da memória recente). O álcool faz com que a pessoa exagera nos seus sentimentos, além de perder a memória recente
  • Cerebelo: Responsável pelo sistema motor e por manter o equilíbrio e a postura corporal. Sendo assim, o álcool afeta nos movimentos musculares, assim como no equilíbrio.
  • Hipófise: Responsável pela produção de hormônios, que é estimulada pelo hipotálamo. O álcool inibe a secreção de ADH (hormônio antidiurético) - que age nos rins para absorção de água. Com os baixos níveis de ADH no sangue, os rins não absorvem água e, então, não produzem urina.
  • Hipotálamo: Tem como função a regulação hormonal, temperatura corporal, tradução das emoções em resposta física (aumento dos batimentos cardíacos, por exemplo, como resposta à uma situação de medo) e de sensações de fome e sede. O álcool enfraquece os centros neurais que controlam a excitação e o desempenho sexual; e a medida que a concentração de álcool no sangue (alcoolemia) aumenta, a excitação aumenta e o desempenho sexual diminui.
  • Medula: Está relacionada com recepções sensoriais, reflexos e referência motora somática e autônoma. Ao chegar na medula, o álcool deixa a pessoa sonolenta e pode deixa-la sonolenta a medida que a alcoolemia aumenta. Caso o nível de álcool no sangue chegue a níveis críticos, pode-se afetar a respiração, os batimentos cardíacos e a temperatura corporal. A pessoa passa a respirar mais lentamente ou, até mesmo, para de respirar, deixando a pressão sanguínea e a temperatura corporal baixas, podendo ser fatal.
Resumindo, quando o álcool chega ao sistema nervoso central, deixa todas as atividades autônomas e somáticas alteradas. Portanto, a ingestão do álcool deve ser administrada moderadamente!

Ah, e uma curiosidade: Recentemente foi descoberto por cientistas japoneses e estadunidenses porque o álcool causa sensação de relaxamento! Eles concluíram que essa sensação é causada porque o álcool abre canais iônicos nas células cerebrais, que eliminam potássio, reduzindo sua atividade. Assim, o cérebro para de funcionar plenamente, o que causa a sensação de relaxamento.

Lembre-se sempre: BEBA COM MODERAÇÃO!




Referências bibliográficas: