terça-feira, 29 de novembro de 2011
Álcool x Violência doméstica
sexta-feira, 25 de novembro de 2011
As mulheres ficam bêbadas mais rápido do que os homens?
Bibliografia:
*http://drauziovarella.com.br/dependencia-quimica/alcoolismo-na-adolescencia/
*http://drauziovarella.com.br/dependencia-quimica/alcoolismo/alcoolismo-em-mulheres/
*http://www.cruzazul.org.br/artigos/artigos.asp?id=1
*http://www.virtual-party.org/pt/gender6144.html *http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2011/05/mulheres-sao-mais-sensiveis-ao-alcool-do-que-homens-explica-medico.html *http://www.mundovestibular.com.br/articles/963/1/ALCOOL/Paacutegina1.html
*http://www.obid.senad.gov.br/portais/OBID/conteudo/index.php?id_conteudo=11423&rastro=TRATAMENTO%2FPopula%C3%A7%C3%B5es+espec%C3%ADficas/Mulheres
terça-feira, 22 de novembro de 2011
Metabolismo do Álcool
Vimos muitas coisas no blog esse semestre, né? Várias coisas em relação ao álcool, tanto coisas positivas quanto negativas. Vimos os efeitos dele no organismo, os malefícios da ingestão quando se está grávida, as doenças causadas por ele. Agora que já sabemos um pouco disso tudo, irei mostrar a vocês como ocorre o metabolismo do etanol propriamente dito.
Quando ingerimos álcool, principalmente em teores elevados, sentimos ele “subir rápido”, certo? Tal fato acontece porque ao ser absorvido no intestino (a maior parte) o etanol difunde-se através das membranas, chegando a todas as células (inclusive nas cerebrais). Mas apesar de o etanol chegar a todos os tecidos, seu principal destino é o fígado, pois é lá que ele é metabolizado e oxidado.
No fígado, o etanol é oxidado pela enzima álcool desidrogenase formando acetaldeído, depois oxidado pela acetaldeído desidrogenase, formando acetato. Da seguinte forma:
Porém, (sempre tem um porém, neh?), o álcool fornece conteúdo calórico apenas quando ingerido eventualmente e em pequenas quantidades. E, sim, quando você for a um nutricionista, você tem que informá-lo, também, da “cervejinha” que você toma para que ele possa computar e calcular, juntamente com os nutrientes ingeridos (carboidrato, proteína e lipídio) as calorias totais da sua dieta.
Ok, mas e quando eu bebo em maior quantidade? Bom, primeiramente, já digo que o conteúdo energético que antes era aproveitado, agora não é mais. O que acontece é que uma outra via é ativada e é ela que é responsável pela dependência e a tolerância alcoólica.
O organismo em situação normal tem maior quantidade de NAD+, porém com a ingestão do etanol e sua oxidação, tem-se uma maior liberação de NADH. O problema é que o NADH impossibilita a gliconeogênese feita a partir de aminoácidos, porque ao invés de produzir piruvato a partir de lactato, faz a reação inversa devido à enzima lactato desidrogenase. Portanto, não tem glicose feita a partir de piruvato.
Outra coisa é que com mais lactato (ácido lático) tem-se uma maior acidose. Com a maior concentração de Acetil-CoA mitocondrial(devido à oxidação do etanol) e a baixa glicemia (devido à não ingestão de nutriente), ocasiona o surgimento de corpos cetônicos (cetose) que agrava o quadro de acidose.
Além disso, a concentração dos ácidos graxos é aumentada, o que leva a um quadro de estateose, acúmulo de lipídios no fígado, iniciando uma hapatopatia alcoólica que evolui para a famosa cirrose hepática. O próprio aumento de acetaldeído que decorre da oxidação do etanol, é tóxico ao organismo pois inativa proteínas.
Por fim, (quanta coisa acontece!) quando bebemos muito outra via é ativada (aquela da dependência e tolerância), chamada via do citocromo P450. Por utilizar oxigênio, há o surgimento de radicais livres. Além disso, há o consumo de NADPH, que causa dano em um antioxidante (a glutationa) provocando uma reação imune que está relacionada à doença hepática causada pelo alcolismo.
Portanto, quando bebemos, inativamos a gliconeogênese, o ciclo de Krebs e o ciclo de Lynen. Provocamos diversos efeitos no nosso organismo que são maléficos a médio e longo prazo (como as doenças hepáticas).
Bom pessoal, é isso. Espero que tenham entendido um pouco mais sobre o álcool e seus efeitos no organismo.
Referência Bibliográfica:
- Marzzoco, A. & Baptista, B., Bioquímica Básica, 3ª edição, Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 2007. (Pg: 199 e 200)
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
BAFÔMETRO - O "BAFO" É O RÉU
No Brasil, desde 2008, o nível tolerado é de 0,2 (2 decigramas por litro de sangue). A punição para quem extrapola estes limites, de acordo com a Lei Seca(lei 11.705) é de suspensão da carteira de motorista por um ano, além de multa de R$ 957,00 e retenção do veículo. Se o nível de álcool no sangue do motorista estiver acima de 0,6 este também é detido. A lei seca é considerada a mais rigorosa entre 63 países.
O nosso organismo dispõe de três mecanismos principais de purificação do sangue:
1) A eliminação nos pulmões, através do ar alveolar.
2) A eliminação pelo sistema urinário.
3) A metabolização de etanol, no fígado.
(http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc05/quimsoc.pdf)
Os dois primeiro mecanismos conseguem retirar aproximadamente 10% de álcool do corpo humano. O terceiro mecanismo consiste na oxidação do etanol por reações catalisadas por enzimas (processo relativamente lento), e corresponde a aproximadamente 90% do processo de retirada de álcool do organismo.
Como o bafômetro identifica a quantidade de álcool no sangue?
O primeiro mecanismo de eliminação do álcool pelo organismo é primordial neste processo. Parte desse álcool passa para os pulmões devido á circulação sanguínea. O ar liberado por uma pessoa que tenha bebido (bafo de bêbado) apresentará uma concentração de álcool equivalente à concentração no sangue.
No teste do bafômetro o motorista deve assoprar com força por cerca de 5 segundos.
Os bafômetros mais simples são descartáveis e feitos de dicromato de potássio. Neste equipamento o ar expelido pelos pulmões é bombeado em uma solução de dicromato de potássio umedecida com ácido sulfúrico. O etanol do ar expelido reage com o dicromato e produz acetaldeído e íons Cromo (III). Esta reação gera uma mudança de cor na solução que passa de alaranjado para verde (demostrando a presença de álcool).
Os equipamentos usados por policiais rodoviários são mais sofisticados. Existem dois tipos e em ambos o motorista assopra dentro do aparelho onde o etanol é oxidado em etanal. No primeiro tipo o sistema é eletroquímico. O etanol é oxidado formando etanal em meio ácido sobre um disco de plástico coberto com pó de platina (que funciona como catalisador),tendo um eletrodo conectado a cada lado do disco. Produz-se então uma corrente elétrica equivalente a concentração de álcool no ar exalado, que é avaliada sendo proporcional à concentração de álcool no sangue. (http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc05/quimsoc.pdf)
O outro tipo de equipamento é um modelo japonês. Trata-se de um semicondutor seletivo para etanol, e é formado basicamente por óxido de estanho (SnO2) com várias impurezas. Ao entrar em contato com este sensor o etanol oxida, gerando uma mudança na resistência do sensor. Esta modificação altera a corrente elétrica do aparelho e esta é proporcional à concentração de álcool no ar expelido,que também é equivalente ao álcool na corrente sanguínea.
Os bafômetros realmente são eficientes e as pesquisas continuam com intuito de desenvolver aparelhos ainda mais sofisticados. Vale ressaltar a sua importância como meio coibitivo no abuso de álcool por motoristas. Lembre-se, no trânsito não é apenas a sua vida que está em jogo!SE BEBER NÃO DIRIJA!
Referências:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Baf%C3%B4metro
http://ciencia.hsw.uol.com.br/bafometros.htm
http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/perguntas_respostas/lei_seca/index.shtml
http://entropialivre.blogspot.com/2011/11/como-funciona-o-bafometro.html
sexta-feira, 11 de novembro de 2011
Curiosidades! - Água e alcoolemia
Antes, vale lembrar que "alcoolemia" é a quantidade de álcool no sangue.Então vamos lá: Existe uma fórmula capaz de estimar a quantidade de álcool presente no nosso sangue, mas antes precisamos saber a porcentagem de álcool e a bebida ingerida.
A fórmula é a seguinte:
- Para a ingestão de álcool pós-refeição o coeficiente é 1,1.
- O resultado será dado em (mg/mL).
- Para saber a quantidade (em gramas) de álcool presente na bebida, basta multiplicar a quantidade (em mL) da dose com a porcentagem alcoólica da bebida (escrita na embalagem).
Também é interessante saber uma estimativa do tempo necessário para que a quantidade de álcool ingerida seja absorvida e metabolizada. Então aí vai um gráfico que elucida o tempo necessário para absorção em relação à concentração de álcool no sangue:
Nota-se que o auge da absorção de álcool acontece em torno de 30 a 40 minutos após a ingestão. Passado esse período, a absorção e metabolização do álcool ficam lentas, e essa é a hora de diminuir a ingestão.
Referências bibliográficas:
- Fórmula e legenda retirados de:
- Gráfico e legenda retirados de:
http://www.alcoologia.net/Frames/fr_inftemsaude03.htm
quarta-feira, 9 de novembro de 2011
VICTOZA e o Organismo - Parte II
Hoje irei finalizar os posts sobre o Victoza abordando mais detalhadamente a atuação dele no organismo.
Para falar do efeito do Victoza, terei que adentrar em um conceito chamado “Efeito Incretina”, vocês sabem o que é isso? Quando há a ingestão de um alimento, ele percorre todo o sistema digestório, certo? Durante esse percurso, há a inter-relação dos outros órgãos e sistemas que irão, direta ou indiretamente, ser ativados através da vasta quantidade de células nervosas presentes e das próprias substâncias produzidas neste sistema.
“A administração endovenosa de glicose provoca uma liberação de insulina 50% inferior àquela estimulada por uma ingestão de glicose que leve ao mesmo perfil de glicemia.” (Dr. Eduardo Quadros Araújo)
Ok, e o que o Victoza tem a ver com isso? Bom, basicamente, é porque o Victoza tenta imitar um hormônio já existente no corpo, o tal GLP-1. A diferença básica está na degradação, tendo em vista que a degradação do hormônio natural ocorre em poucos minutos e a do artificial dura aproximadamente 24h.
E por que fazer um hormônio imitando o GLP-1 e não outra incretina? Porque ele é a principal incretina, ou seja, o principal hormônio que atua em diversos órgãos e sistemas. E detalhe, no caso dos diabéticos, apesar de a concentração do GLP-1 ser a mesma, sua ação está significativamente reduzida. Por isso o Victoza é um remédio especificamente para o caso do diabético, pois sua ação imita o GLP-1 que está reduzido, aumentando sua concentração para aumentar sua ação. E o melhor, com o aumento da concentração do GLP-1 feita pelo Victoza, há um aumento da produção de insulina apenas quando se tem um quadro de hiperglicemia (glicemia elevada), pois melhora a função das células-beta e ativa seu receptor, mantendo, assim, o controle glicêmico dos diabéticos.
Por imitar o GLP-1, apenas 10% das pessoas que usam o Victoza desenvolvem resistência (anticorpos) contra ele, isso é um valor muito baixo, principalmente se comparado aos 40% do outro remédio (Exenatide) utilizado para o mesmo fim. Quanto maior a resistência, menor efeito do remédio.
Victoza proporciona maior redução da glicemia do que a glimepirida,
um potente medicamento para diabetes
Em contrapartida, quando se trata do uso para o emagrecimento, além dos próprios efeitos positivos não serem tão evidenciados, os efeitos negativos são significativos, tanto na quantidade quanto na gravidade. (Como já foi abordado nos posts anteriores)
- http://casasaudavel.com.br/2011/05/30/liraglutida-e-a-nova-terapeutica-para-diabete-tipo-2-que-chega-ao-brasil/
- http://blog.brasilacademico.com/2011/09/victoza-remedio-pode-ser-novo.html
- http://www.diabetes.org.br/attachments/posicionamento/posicionamentos_oficiais_03.pdf
- http://www.navarra.es/home_es/Temas/Portal+de+la+Salud/Profesionales/Documentacion+y+publicaciones/Publicaciones+tematicas/Medicamento/FET/2011/FET+N+11+2011.htm
quarta-feira, 2 de novembro de 2011
Dependência Química
A estimativa de alcoólatras no Brasil é de 15 milhões,o dobro da população da Suíça.Porém os médicos da Associação Brasileira de Estudos de Álcool e Outras Drogas,estimam que 10% dos 192 milhões de brasileiros,ou seja,19 milhões,tenham problemas graves com a bebida.O alcoolismo mata 32 mil pessoas por ano no Brasil,está por trás de 60% das mortes no trânsito e 72% dos homicídios.(Revista Época,Vencido pela Bebida,12/09/2011).
Vale ressaltar que nem sempre quem bebe muito é um alcoólatra."O dependente é aquele que pretende beber um determinado tanto,mas não consegue parar",explica o psiquiatra Dartiu Xavier da Silveira,da Unifesp,de São Paulo.(http://alcoolismo.com.br/artigos/voce-sabe-reconhecer-um-alcoolatra/)
Do ponto de vista médico,saber que as enzimas que metabolizam o álcool variam de indíviduo para indivíduo é bastante relevante(a chamada vulnerabilidade biológica).
O etanol pode ser altamente solúvel em água,cai rapidamente na corrente sanguínea e é distribuído para diversos órgãos.(Mais informações no tópico "os efeitos do álcool no organismo",aqui em nosso blog).
O álcool é metabolizado no citosol das células hepáticas,em que a enzima álcool desidrogenase(ADH) produz o acetaldeído,que é anulado pela aldeído desidrogenase(ALDH)na mitocôndria das células hepáticas.
Acontece que algumas pessoas metabolizam o álcool melhor do que outras.Sem contar que pode haver alterações no organismo devido ao consumo excessivo de álcool,o que pode levar uma pessoa que até então tolerava bem o álcool a reagir ao consumo com uma patologia(doença).Tem que se considerar também a quantidade de bebida consumida diariamente por um período prolongado.A OMS diz que o consumo aceitável para homens é de 15 doses/semana e para mulheres é de 10 doses/semana;sendo uma dose equivalente a 350 ml de cerveja aproximadamente.
Porém a dependência química se manifesta de maneira tardia, costuma manifestar-se entre 4 a 6 anos de consumo constante para adolescentes e 6 a 8 anos para adultos.
Pessoas que fazem uso excessivo de álcool apresentam um conjunto de sintomas físicos e/ou psicológicos, que podem ser neuromusculares:tremores,cãibras;digestivos:náuseas,vômitos;e psiquícos como:ansiedade,humor depressivo,insônia e irritação.A tolerância, que é a resistência ao álcool é considerada mais um sintoma.
O tratamento para dependentes químicos do álcool é minucioso e prolongado.Torna-se essencial a participação da família,pois haverá a necessidade de conscientização do indivíduo sobre essa realidade sem que ao mesmo tempo seja destruída sua auto-imagem,o que levaria a uma consequente perda de vontade de viver,o que só pioraria a situação.Existem diversos grupos e formas de tratamento,sendo necessário que o individuo entenda o que se passa com ele,desfazendo a ideia de que bebe por causa de um problema externo,assumindo que precisa de ajuda e que deseja ser curado.
Referências:
http://www.psicosite.com.br/tra/drg/alcoolismo.htm
http://alcoolismo.com.br/artigos/voce-sabe-reconhecer-um-alcoolatra/
http://adroga.casadia.org/codependencia/co-dependencia_tratamento_familia_dependencia.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Alcoolismo
http://www.alcoologia.net/Frames/fr_inftemsaude03.htm
terça-feira, 1 de novembro de 2011
VICTOZA e o Organismo - Parte I
“Novo medicamento ajuda a emagrecer rápido e fácil”
(http://www.odiario.com/blogs/carlossica/2011/09/07/novo-medicamento-ajuda-a-emagrecer-rapido-e-facil/)
(http://www.corposaun.com/obesos-liraglutida-remedio-vez/2990/)
- http://altamiroborges.blogspot.com/2011/09/medicos-condenam-reportagem-da-veja.html
- http://www.lookfordiagnosis.com/mesh_info.php?term=Diabetes+Mellitus+Tipo+2&lang=3
- http://www.jornalpequeno.com.br/2011/9/12/droga-para-diabetes-nao-e-indicada-contra-obesidade-diz-anvisa-169534.htm