quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Álcool e Gravidez... Não! - Parte I

Olá pessoal,
Assim, como a Paty, irei falar de coisas que não combinam com bebida alcoólica. Esse meu segundo post será sobre um tema muito importante, principalmente se tratando das mulheres. Meninas, vocês realmente sabem o porquê dos médicos falarem para não beber durante a gravidez? Às vezes a gente acha que uma cervejinha aqui, um vinhozinho ali não tem problema. Até porque, é super indicado tomar uma taça de vinho tinto por dia e a gente acaba pensando que o que realmente faz mal para o bebê é tomar bebidas fortes.
A questão é: o álcool é um tipo de droga (apesar de lícita) e seu consumo moderado ou alto pode causar graves danos ao bebê, principalmente durante o início da gravidez; seu efeito é dose-dependente. Considera-se um consumo moderado a quantidade de 28,5mL a 59mL por dia. E ai, você está disposta a correr o risco de colocar a vida/saúde do seu filho em perigo? Porque mesmo depois do início da gravidez, ou seja, durante praticamente todos os outros meses, há o desenvolvimento cerebral do bebê. Ou seja, é fortemente indicado abster-se totalmente do álcool durante todo o período de gestação, e eu vou te mostrar o porquê!

O alcoolismo é um problema que afeta 1% a 2% das mulheres em idade fértil, talvez pelo fato de elas não terem consciência do mal que estavam causando ao bebê. Afinal, o abuso do álcool pela mãe, é a causa mais comum de retardamento mental.
Síndrome do Alcoolismo Fetal (SAF) é o nome dado ao padrão de anomalias físicas e mentais. Dentre elas, a deficiência no crescimento pré e pós-natal, o retardamento mental, dificuldades comportamentais e de aprendizado, microcefalia, nascimento prematuro e até a morte. A SAF afeta 2 em cada 1.000 nascidos vivos, aproximadamente 12 mil bebês por ano no mundo (OMS).
"Entretanto, nem sempre o neonato exposto nasce com SAF e, apesar de alguns déficits neurocomportamentais serem frequentemente relatados nessa síndrome (por exemplo, hiperatividade e déficit de atenção, déficit na coordenação motora, dificuldade em sociabilizar-se, déficits na cognição, habilidade matemática, fluência verbal e memória espacial), não existe um consenso para o fenótipo específico da SAF."
Distúrbio do Espectro do Álcool Fetal (DEAF) é o nome mais indicado para designar os efeitos do álcool no período pré-natal, pois quando no útero da mãe, o bebê não apresenta características disfórmicas externas, mas sim, deficiências no neurodesenvolvimento.
Abaixo uma ilustração de uma menina com SAF:
E abaixo, a foto de um bebê com a SAF:
“Lábio superior delgado fino, filtro alongado e pouco desenvolvido – fenda vertical na parte medial do lábio superior, fissuras palpebrais curtas, ponte do nariz achatada, nariz pequeno.” (Embriologia Clínica 8ª Edição, pág.487, figura 20.17. Cortesia do Dr. A.E. Chudley, MD, Section of Genetics and Metabolism, Department of Pediatrics and Child Health, Children´s Hospital, Winnipeg, Manitoba, Canada.)
E se você descobriu que estava grávida e que ingeriu bebida alcoólica nesse período? Vá falar com seu médico! Pois existem remédios como o buspirona que evitam o desenvolvimento e/ou o agravo da Síndrome do Alcoolismo Fetal, pois age como um antagonista serotoninérgico, agindo na diferenciação dos neurônios. Além disso, é importante que a criança seja estimulada quanto à sua capacidade motora e à sua memória.
"A detecção precoce da exposição pré-natal ao álcool, combinada com o monitoramento contínuo do progresso físico e mental do neonato, pode facilitar a intervenção, potencializando o desenvolvimento da criança, e prevenir doenças. Esta revisão mostra que existem meios de detectar se houve exposição intrauterina ao etanol, indicando que o neonato pertence ao grupo de risco no desenvolvimento de DEAF. A detecção precoce, por meio dos biomarcadores, fornece informações a respeito da intensidade da exposição e contribui para que sejam tomadas medidas para assistir a criança e a família na educação e desenvolvimento social."

Meu próximo post, Álcool e Gravidez.. Não! - Parte II, irá abordar o aspecto bioquímico do que ocorre quando há a ingestão de bebida alcoólica durante a gravidez.
Se cuidem meninas!

Referências Bibliográficas:
- Keith L. Moore, T.V.N. Persaud, Embriologia Clínica, 8a Edição Traduzida, Ed. Elsevier
-
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-60832011000300006&lang=pt
- Google Imagens

Nenhum comentário:

Postar um comentário