sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Toxicidade Etílica

Para maiores esclarecimentos vamos falar um pouco sobre os efeitos da intoxicação por álcool, do consumo constante e excessivo.
A intoxicação por etanol está relacionada à dose, mas a tolerância varia entre os indíviduos, como já citado anteriormente.
Níveis sanguíneos maiores do que 100 mg/dl definem o estado de intoxicação e estão associados com ataxia ( falta de coordenação de movimentos), a partir de 200 ml/dl os indivíduos já estão confusos e sonolentos. Com níveis acima de 400 ml/dl pode ocorrer depressão respiratória, levando à morte.
Abaixo temos a concentração de etanol nas bebidas mais comuns:
Cerveja: 5% de etanol (uma garrafa= 30 g de álcool)
Destilados: 40 a 45% de etanol (uma dose de 43 ml a 25 ml= 15 g de álcool)
Vinho de Mesa: 11% (uma garrafa= 82 g de álcool)
Vinhos Fortificados: 18% (85 ml,uma dose, contém 7,5 g de álcool)
Como já citamos anteriormente, o álcool é rapidamente metabolizado em nosso organismo (cerca de 80 a 90% no fígado), passando pelas membranas e misturando-se com a água corporal total.
Seu catabolismo consiste na conversão do álcool em acetaldeído pela ação da enzima álcool desidrogenase, e este por sua vez é transformado em acetato pela aldeído desidrogenase. Este acetato, por sua vez, é transformado em acetilcoenzima A e em água e CO2, nos outros tecidos. Sua total oxidação gera cerca de 7,1 kcal/grama.





Consequências Tóxicas do Abuso de álcool:
(trechos retirados de http://pt.scribd.com/doc/2383890/Intoxicacao-alcoolica)
- Nas mitocôndrias aparecem alterações na morfologia, o que pode justificar as pertubações funcionais.
- Diminuição na densidade do Retículo Endoplasmático, sendo este de fundamental importância na síntese protéica.
- Ocorrem mudanças no sistema de transporte e secreção das lipoproteínas e proteínas do fígado.
- Como já citamos, a abundância de NADH bloqueia alguns dos sistemas do metabolismo dos nutrientes, entre eles a B-oxidação e o ciclo do oxaloacetato.
- O álcool, por ser uma molécula lipossolúvel, pode agir sobre as membranas (modificando seu funcionamento) inserindo-se entre as camadas fosfolipídicas, aumentando a fluidez, o que estaria relacionado com a dose ingerida.

Essas alterações explicam boa parte do que acontece com os órgãos.
No fígado pode causar hepatite alcoólica aguda, esteatose hepática, além do acúmulo de triglicerídeos e ácidos gordos.
No trato gastrintestinal há a formação de acetaldeído, de acetato, de radicais livres, além de lesões celulares. Pode causar também gastrite, cirrose, pancreatite crônica, deficiências de vitaminas como a niacina, tiamina e B12.
No sistema cardiovascular pode causar hipertensão arterial, arritimia e cardiomiopatia.
No sistema reprodutor causa alterações na ereção, diminuição no número de espermatozóides, diminuição em 50% da concentração plasmática de testosterona, alterações no ciclo menstrual, bem como alterações nos ovários e até mesmo problemas de infertilidade.
No sistema nervoso pode causar amnésia por abstinência, convulsões, alucinações, entre outros.

Espero com estas informações ter esclarecido um pouco mais sobre a seriedade do consumo abusivo de álcool e de suas consequências para o organismo como um todo.


Referências:

http://www.psiquiatriageral.com.br/farma/alcoolismo.htm
http://pt.scribd.com/doc/2383890/Intoxicacao-alcoolica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Etanol

Mitos sobre a ressaca







A ressaca é uma consequencia inevitável causada pelo consumo excessivo de álcool. Os principais sintomas são: dor de cabeça (principalmente na região da testa e da nuca), boca seca e amarga, sensibilidade à luz e ao barulho, indisposição. Todos esses sintomas são causados pela desidratação, baixo teor de glicose no sangue (hipoglicemia) e intoxicação por acetaldeído (produto da metabolização do álcool)


Quando o assunto é a ressaca, existem várias dicas para evitá-la ou diminuí-la, mas várias dessas dicas não funcionam ou simplesmente não possuem comprovação científica.


Mitos e verdades sobre a ressaca:


1. Fazer um pequeno lanche antes de beber ajuda a amenizar os sintomas da ressaca


VERDADE. A comida ajuda a diminuir a irritação que o álcool provoca no estômago.




2. Comer algo doce diminui o efeito do álcool


MITO. O açúcar (carboidrato) será metabolizado pelo organismo antes do álcool, portanto, a sensação de embriaguez será retardada, mas ocorrerá do mesmo jeito





3. Bebidas de boa qualidade não provocam ressaca


MITO. A ressaca é causada pelo excesso no consumo de álcool, porém bebidas de baixa qualidade podem conter impurezas que pioram a ressaca




4. Café e banho diminuem o efeito da ressaca


MITO. O café e o banho apenas diminuem a sensação de sonolência provocada pelo álcool.




5. Provocar o vômito ajuda a eliminar o álcool do organismo


MITO. O vômito só ajuda a melhorar a sensação de enjôo.




6. Tomar água durante a bebedeira diminui a ressaca


VERDADE. A água ajuda a eliminar as toxinas que causam a ressaca.




7. Misturar vários tipos de bebida piora a ressaca


VERDADE. O organismo tem dificuldade de metabolizar bebidas fermentadas e destiladas ao mesmo tempo.


O melhor remédio para a cura da ressaca é não exagerar na bebida, mas se isso não for possível, as melhores dicas para diminuir os efeitos da ressaca é ingerir bastante água e beber de estômago vazio.


Bibliografia:






terça-feira, 29 de novembro de 2011

Álcool x Violência doméstica

Li essa reportagem esses dias que tem tudo a ver com o tema do nosso blog e achei muito interessante. Vou colocar ela aqui na íntegra.

“Novo estudo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), feito com 7 mil famílias em 108 cidades do Brasil, comprova que o álcool funciona como "combustível" da violência doméstica. Nas entrevistas feitas durante um ano, os pesquisadores identificaram que em quase metade das agressões que acontecem dentro de casa (49,8%) o autor das surras estava embriagado. A relação entre bebida alcoólica e maus-tratos já era considerada pelos especialistas, mas a evidência científica foi comprovada nacionalmente só com o ensaio científico.

"Ele tomava seus goles de pinga e virava monstro, me batia na frente de qualquer um. Não respeitou nem quando estava grávida. Tenho as marcas em todo corpo", diz Maria, hoje com 52 anos, moradora da periferia da zona sul de São Paulo, que apanhou do marido por três décadas, sempre calada. Nunca denunciou o companheiro - nem quando a rede de delegacias da mulher foi criada. "E no hospital, sempre inventava uma desculpa diferente para meus machucados. Uma hora caía da escada, outra inventava que escorregava no banheiro", diz ela, que não sabe explicar porque tolerou as surras durante tanto tempo. "Primeiramente, era amor. Depois, não sei."

A tolerância à agressão também é decifrada pela associação entre violência e álcool, afirma o autor da pesquisa da Unifesp, o psicólogo Arilton Fonseca. "É muito mais fácil perdoar quando o agressor bebeu. A vítima considera o álcool o culpado e não o violentador. Acredita que, quando sóbrio, a rotina de violência cessa." No mesmo estudo, foi evidenciado que violência impulsionada pela bebida alcoólica persiste, na maioria das vezes, por mais de 10 anos.

Outro aspecto revelado na pesquisa é que, apesar de mais frequentes os casos nas classes sociais mais baixas, o poder aquisitivo não imuniza o problema. Dos agressores bêbados, 33% eram de classe média e 17%, de classe alta. "A violência caseira é democrática. Mas a exposição do problema não", avalia a subsecretária nacional de enfrentamento da violência da mulher, Aparecida Gonçalves. "Mulheres de classe A e B dificilmente vão à delegacia e conseguem maquiar as marcas da violência. Viajam para esconder o olho roxo, procuram serviços particulares, que são blindados dentre os números públicos."

Nos dados do Disque-Denúncia 180 - que recebe ligações de todo País sobre violência doméstica, foi apurado que 48,7% das vítimas agredidas não dependem economicamente do agressor, o que, para Aparecida Gonçalves, mostra que o dinheiro não é fator principal e exclusivo para que o ciclo de agressão seja perpetuado.

A estudante de enfermagem Sandra, de 36 anos, que sempre morou em casas de classe média e atualmente está na Água Rasa, zona leste da capital paulista, é uma das faces que mostra a "democracia" da agressão doméstica. "Durante o primeiro ano de casamento, meu marido nunca encostou o dedo em mim, mas depois não consigo lembrar de um fim de semana que fiquei sem apanhar", conta. Ainda que a sessão violenta acontecesse mesmo quando o marido estava sóbrio, se o álcool fosse mais um componente, "a violência aumentava e ficava mais cruel".

A explicação para o álcool servir como impulso para as agressões, que não ficam restritas às mulheres e chegam aos filhos também, é fisiológica, explica o pesquisador do Departamento de Medicina Legal da Universidade de São Paulo (USP), Gabriel Andreuccetti. Segundo ele, a bebida etílica chega ao cérebro, aguça o sistema nervoso simpático, rebaixa a crítica e aumenta a agressividade. A ressalva dos especialistas é que tanto violência doméstica quanto consumo de bebidas alcoólicas são fenômenos complexos. No geral, um funciona como fósforo aceso dentro de um barril de pólvora do outro. "Por isso, a minha proposta é fazer maior diálogo entre o serviço de atendimento de dependência e o serviço de violência", diz o pesquisador da Unifesp. ‘Hoje, um caminha isolado do outro, o que permite que violência e álcool andem sempre juntos.’”

Reportagem retirada de: ARANDA, Fernanda. Álcool move violência doméstica. O Estado de S. Paulo, 15 de junho de 2009. Disponível em : < http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,alcool-move-violencia-domestica,387275,0.htm>. Acesso em: 29 nov. 2011.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

As mulheres ficam bêbadas mais rápido do que os homens?

Ao contrário do que muita gente pensa, é verdade que as mulheres ficam bêbadas mais rápido do que os homens. Ou seja, se uma mulher e um homem, ambos com mesmo peso corpóreo, ingerirem a mesma quantidade de álcool, a mulher apresentará maior nível alcoólico no sangue do que o homem. Isso se deve ao fato de que o metabolismo das mulheres é diferente do dos homens.

As mulheres possuem mais tecido adiposo (gordura) e menos água no organismo do que os homens. Isso faz com que o álcool no sangue das mulheres seja menos diluído e, por conseqüência, a concentração de álcool no sangue delas seja maior. Além disso, as mulheres possuem um padrão enzimático diferente do dos homens. Elas tendem a possuir uma quantidade menor da enzima desidrogenase alcoólica, que é crucial para o metabolismo do álcool por ser uma das responsáveis pela sua quebra e neutralização no estômago antes dele entrar na corrente sanguínea.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Metabolismo do Álcool

Olá pessoal,

Vimos muitas coisas no blog esse semestre, né? Várias coisas em relação ao álcool, tanto coisas positivas quanto negativas. Vimos os efeitos dele no organismo, os malefícios da ingestão quando se está grávida, as doenças causadas por ele. Agora que já sabemos um pouco disso tudo, irei mostrar a vocês como ocorre o metabolismo do etanol propriamente dito.

Quando ingerimos álcool, principalmente em teores elevados, sentimos ele “subir rápido”, certo? Tal fato acontece porque ao ser absorvido no intestino (a maior parte) o etanol difunde-se através das membranas, chegando a todas as células (inclusive nas cerebrais). Mas apesar de o etanol chegar a todos os tecidos, seu principal destino é o fígado, pois é lá que ele é metabolizado e oxidado.

No fígado, o etanol é oxidado pela enzima álcool desidrogenase formando acetaldeído, depois oxidado pela acetaldeído desidrogenase, formando acetato. Da seguinte forma:

Não sei se vocês já ouviram falar, principalmente do MHL, que existem 4 tipos de fontes energéticas: o carboidrato, a proteína, o lipídio e o álcool (siiiim!!!). E vocês sabem o por que do álcool ser considerado uma fonte energética? Tal fato ocorre pois tanto a oxidação do carboidrato, proteína e lipídio, quanto a oxidação do etanol, originam o mesmo produto: Acetil-CoA e NADH.

Porém, (sempre tem um porém, neh?), o álcool fornece conteúdo calórico apenas quando ingerido eventualmente e em pequenas quantidades. E, sim, quando você for a um nutricionista, você tem que informá-lo, também, da “cervejinha” que você toma para que ele possa computar e calcular, juntamente com os nutrientes ingeridos (carboidrato, proteína e lipídio) as calorias totais da sua dieta.

Ok, mas e quando eu bebo em maior quantidade? Bom, primeiramente, já digo que o conteúdo energético que antes era aproveitado, agora não é mais. O que acontece é que uma outra via é ativada e é ela que é responsável pela dependência e a tolerância alcoólica.

O organismo em situação normal tem maior quantidade de NAD+, porém com a ingestão do etanol e sua oxidação, tem-se uma maior liberação de NADH. O problema é que o NADH impossibilita a gliconeogênese feita a partir de aminoácidos, porque ao invés de produzir piruvato a partir de lactato, faz a reação inversa devido à enzima lactato desidrogenase. Portanto, não tem glicose feita a partir de piruvato.

O problema todo é que, em geral, ingerimos bebida alcoólica sem comer algo junto. Com isso, quando consumimos a nossa reserva de glicogênio podemos apresentar o quadro de hiperglicemia, que pode evoluir para o coma alcoólico.

Outra coisa é que com mais lactato (ácido lático) tem-se uma maior acidose. Com a maior concentração de Acetil-CoA mitocondrial(devido à oxidação do etanol) e a baixa glicemia (devido à não ingestão de nutriente), ocasiona o surgimento de corpos cetônicos (cetose) que agrava o quadro de acidose.

Além disso, a concentração dos ácidos graxos é aumentada, o que leva a um quadro de estateose, acúmulo de lipídios no fígado, iniciando uma hapatopatia alcoólica que evolui para a famosa cirrose hepática. O próprio aumento de acetaldeído que decorre da oxidação do etanol, é tóxico ao organismo pois inativa proteínas.

Por fim, (quanta coisa acontece!) quando bebemos muito outra via é ativada (aquela da dependência e tolerância), chamada via do citocromo P450. Por utilizar oxigênio, há o surgimento de radicais livres. Além disso, há o consumo de NADPH, que causa dano em um antioxidante (a glutationa) provocando uma reação imune que está relacionada à doença hepática causada pelo alcolismo.

Portanto, quando bebemos, inativamos a gliconeogênese, o ciclo de Krebs e o ciclo de Lynen. Provocamos diversos efeitos no nosso organismo que são maléficos a médio e longo prazo (como as doenças hepáticas).

Bom pessoal, é isso. Espero que tenham entendido um pouco mais sobre o álcool e seus efeitos no organismo.


Referência Bibliográfica:

- Marzzoco, A. & Baptista, B., Bioquímica Básica, 3ª edição, Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 2007. (Pg: 199 e 200)


quarta-feira, 16 de novembro de 2011

BAFÔMETRO - O "BAFO" É O RÉU

O bafômetro é um aparelho que determina a concentração de bebida alcoólica em uma pessoa através do ar expelido pelos pulmões. Este aparelho é utilizado por policiais para verificar o nível de etanol em motoristas.






No Brasil, desde 2008, o nível tolerado é de 0,2 (2 decigramas por litro de sangue). A punição para quem extrapola estes limites, de acordo com a Lei Seca(lei 11.705) é de suspensão da carteira de motorista por um ano, além de multa de R$ 957,00 e retenção do veículo. Se o nível de álcool no sangue do motorista estiver acima de 0,6 este também é detido. A lei seca é considerada a mais rigorosa entre 63 países.
O nosso organismo dispõe de três mecanismos principais de purificação do sangue:
1) A eliminação nos pulmões, através do ar alveolar.
2) A eliminação pelo sistema urinário.
3) A metabolização de etanol, no fígado.
(http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc05/quimsoc.pdf)
Os dois primeiro mecanismos conseguem retirar aproximadamente 10% de álcool do corpo humano. O terceiro mecanismo consiste na oxidação do etanol por reações catalisadas por enzimas (processo relativamente lento), e corresponde a aproximadamente 90% do processo de retirada de álcool do organismo.
Como o bafômetro identifica a quantidade de álcool no sangue?
O primeiro mecanismo de eliminação do álcool pelo organismo é primordial neste processo. Parte desse álcool passa para os pulmões devido á circulação sanguínea. O ar liberado por uma pessoa que tenha bebido (bafo de bêbado) apresentará uma concentração de álcool equivalente à concentração no sangue.
No teste do bafômetro o motorista deve assoprar com força por cerca de 5 segundos.




Os bafômetros mais simples são descartáveis e feitos de dicromato de potássio. Neste equipamento o ar expelido pelos pulmões é bombeado em uma solução de dicromato de potássio umedecida com ácido sulfúrico. O etanol do ar expelido reage com o dicromato e produz acetaldeído e íons Cromo (III). Esta reação gera uma mudança de cor na solução que passa de alaranjado para verde (demostrando a presença de álcool).





Os equipamentos usados por policiais rodoviários são mais sofisticados. Existem dois tipos e em ambos o motorista assopra dentro do aparelho onde o etanol é oxidado em etanal. No primeiro tipo o sistema é eletroquímico. O etanol é oxidado formando etanal em meio ácido sobre um disco de plástico coberto com pó de platina (que funciona como catalisador),tendo um eletrodo conectado a cada lado do disco. Produz-se então uma corrente elétrica equivalente a concentração de álcool no ar exalado, que é avaliada sendo proporcional à concentração de álcool no sangue. (http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc05/quimsoc.pdf)
O outro tipo de equipamento é um modelo japonês. Trata-se de um semicondutor seletivo para etanol, e é formado basicamente por óxido de estanho (SnO2) com várias impurezas. Ao entrar em contato com este sensor o etanol oxida, gerando uma mudança na resistência do sensor. Esta modificação altera a corrente elétrica do aparelho e esta é proporcional à concentração de álcool no ar expelido,que também é equivalente ao álcool na corrente sanguínea.





Os bafômetros realmente são eficientes e as pesquisas continuam com intuito de desenvolver aparelhos ainda mais sofisticados. Vale ressaltar a sua importância como meio coibitivo no abuso de álcool por motoristas. Lembre-se, no trânsito não é apenas a sua vida que está em jogo!SE BEBER NÃO DIRIJA!




Referências:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Baf%C3%B4metro
http://ciencia.hsw.uol.com.br/bafometros.htm
http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/perguntas_respostas/lei_seca/index.shtml
http://entropialivre.blogspot.com/2011/11/como-funciona-o-bafometro.html

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Curiosidades! - Água e alcoolemia

Muita gente acredita que alguns líquidos, como refrigerante, suco ou água podem "tirar" o álcool do organismo, mas isso não é verdade!
O que acontece é que a água irá reidratar o organismo, que desidratou por causa da inibição do hormônio ADH causada pela ingestão de álcool, como já fora dito em outro post. Então, a água não irá eliminar o álcool do organismo e nem acelerar esse processo, ela apenas reidratará o organismo, o que diminuirá a sensação de embriaguez!

Sendo assim, que tal calcular o nível de alcoolemia?
Antes, vale lembrar que "alcoolemia" é a quantidade de álcool no sangue.Então vamos lá: Existe uma fórmula capaz de estimar a quantidade de álcool presente no nosso sangue, mas antes precisamos saber a porcentagem de álcool e a bebida ingerida.

A
fórmula é a seguinte:

- Os valores 0,7 e 0,6 são coeficientes para homens e mulheres, respectivamente, em jejum.
- Para a ingestão de álcool pós-refeição o coeficiente é 1,1.
- O resultado será dado em (mg/mL).
- Para saber a quantidade (em gramas) de álcool presente na bebida, basta multiplicar a quantidade (em mL) da dose com a porcentagem alcoólica da bebida (escrita na embalagem).

Também é interessante saber uma
estimativa do tempo necessário para que a quantidade de álcool ingerida seja absorvida e metabolizada. Então aí vai um gráfico que elucida o tempo necessário para absorção em relação à concentração de álcool no sangue:

Legenda:


Nota-se que o auge da absorção de álcool acontece em torno de 30 a 40 minutos após a ingestão. Passado esse período, a absorção e metabolização do álcool ficam lentas, e essa é a hora de diminuir a ingestão.

Com tantas informações novas, não há mais motivos para "beber até cair", "encher o saco" do amigo que vai cuidar de você e, muito menos, pegar o volante! Portanto, vamos ser responsáveis na hora de beber para evitar situações constrangedoras e acidentes, e lembre-se sempre:

SE BEBER NÃO DIRIJA!



Referências bibliográficas:
- Fórmula e legenda retirados de:

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

VICTOZA e o Organismo - Parte II

Olá pessoal,

Hoje irei finalizar os posts sobre o Victoza abordando mais detalhadamente a atuação dele no organismo.

Para falar do efeito do Victoza, terei que adentrar em um conceito chamado “Efeito Incretina”, vocês sabem o que é isso? Quando há a ingestão de um alimento, ele percorre todo o sistema digestório, certo? Durante esse percurso, há a inter-relação dos outros órgãos e sistemas que irão, direta ou indiretamente, ser ativados através da vasta quantidade de células nervosas presentes e das próprias substâncias produzidas neste sistema.

Explicando em outras palavras, a incretina são hormônios liberado quando há alimento (glicose e outros nutrientes) no intestino. Quando há um aumento da incretina, temos como resposta, um aumento na produção de insulina. (Relembrando, a insulina é o hormônio responsável pela captação da glicose pelas células) Elas podem ser produzidas pelo próprio intestino (íleo, cólon e jejuno) ou pelo pâncreas e são conhecidas como glucagon, insulina, amilina, GIP e GLP-1.

O efeito incretina - a administração oral de glicose
provoca maior estímulo à produção de insulina

“A administração endovenosa de glicose provoca uma liberação de insulina 50% inferior àquela estimulada por uma ingestão de glicose que leve ao mesmo perfil de glicemia.” (Dr. Eduardo Quadros Araújo)

Ok, e o que o Victoza tem a ver com isso? Bom, basicamente, é porque o Victoza tenta imitar um hormônio já existente no corpo, o tal GLP-1. A diferença básica está na degradação, tendo em vista que a degradação do hormônio natural ocorre em poucos minutos e a do artificial dura aproximadamente 24h.

E por que fazer um hormônio imitando o GLP-1 e não outra incretina? Porque ele é a principal incretina, ou seja, o principal hormônio que atua em diversos órgãos e sistemas. E detalhe, no caso dos diabéticos, apesar de a concentração do GLP-1 ser a mesma, sua ação está significativamente reduzida. Por isso o Victoza é um remédio especificamente para o caso do diabético, pois sua ação imita o GLP-1 que está reduzido, aumentando sua concentração para aumentar sua ação. E o melhor, com o aumento da concentração do GLP-1 feita pelo Victoza, há um aumento da produção de insulina apenas quando se tem um quadro de hiperglicemia (glicemia elevada), pois melhora a função das células-beta e ativa seu receptor, mantendo, assim, o controle glicêmico dos diabéticos.

Por imitar o GLP-1, apenas 10% das pessoas que usam o Victoza desenvolvem resistência (anticorpos) contra ele, isso é um valor muito baixo, principalmente se comparado aos 40% do outro remédio (Exenatide) utilizado para o mesmo fim. Quanto maior a resistência, menor efeito do remédio.

Victoza proporciona maior redução da glicemia do que a glimepirida,
um potente medicamento para diabetes

Outra coisa boa, é que além da ação na insulina e da baixa resistência, o Victoza inibe o apetite, diminui as taxas de triglicerídeos, proteína Creativa (PCR), colesterol ruim (LDL), colesterol total e a própria pressão arterial, além de retardar a digestão e o esvaziamento do estômago. Estimula, também, a expressão de genes após o infarto, devido à presença no miocárdio de receptores do GPL-1, protegendo o coração e melhorando a função cardíaca.

Em contrapartida, quando se trata do uso para o emagrecimento, além dos próprios efeitos positivos não serem tão evidenciados, os efeitos negativos são significativos, tanto na quantidade quanto na gravidade. (Como já foi abordado nos posts anteriores)

“Quando administrada na dose de 3mg por dia (lembrando que o custo ultrapassa 300 reais/mês para a dose de 1,2mg!) durante um ano a indivíduos obesos, o Victoza levou a uma perda adicional de 5,8kg quando comparado à dieta mais atividade física. Nesta dose, houve redução de 15% da massa gorda após cinco meses; um quarto dos pacientes, entretanto, não alcançou a perda de 5% do peso. Quando usado na dose de 1,2mg durante 20 semanas, a perda de peso foi apenas 2kg maior do que à alcançada com dieta e exercício. (7,8kg).” (Dr. Eduardo Quadros Araújo)

Efeito da liraglutida para perda de peso

Bom pessoa, é isso. Espero ter ajudado e esclarecido um pouco das suas dúvidas. Cuidado com sua saúde, acompanhe as notícias mas não se deixe levar por notícias sensacionalistas. Busque fontes confiáveis, vá a um médico, questione-o e sempre mantenha-se informado. Os medicamentos são feitos a nosso favor, mas precisamos ter cautela.


- Referências Bibliográficas:

- Google Imagens

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Dependência Química

O alcoolismo é o conjunto de sintomas causado pelo consumo excessivo de álcool,influenciando negativamente o convívio social,familiar e profissional do indivíduo.Pessoas que ingerem bebidas alcoólicas frequentemente e em grandes quantidades afirmam que "param quando quiser" como uma maneira de manter sua auto-imagem,porém não percebem que pelo descontrole já se tornaram dependentes,seja buscando uma sensação de prazer sentida anteriormente,seja para fugir dos sintomas da abstinência.Tanto a família como o dependente acabam criando uma "barreira" que os impedem de ver essa realidade,por isso devemos lembrar que o alcoolismo não é falta de caráter,e sim uma DOENÇA.

















A estimativa de alcoólatras no Brasil é de 15 milhões,o dobro da população da Suíça.Porém os médicos da Associação Brasileira de Estudos de Álcool e Outras Drogas,estimam que 10% dos 192 milhões de brasileiros,ou seja,19 milhões,tenham problemas graves com a bebida.O alcoolismo mata 32 mil pessoas por ano no Brasil,está por trás de 60% das mortes no trânsito e 72% dos homicídios.(Revista Época,Vencido pela Bebida,12/09/2011).
Vale ressaltar que nem sempre quem bebe muito é um alcoólatra."O dependente é aquele que pretende beber um determinado tanto,mas não consegue parar",explica o psiquiatra Dartiu Xavier da Silveira,da Unifesp,de São Paulo.(http://alcoolismo.com.br/artigos/voce-sabe-reconhecer-um-alcoolatra/)













Do ponto de vista médico,saber que as enzimas que metabolizam o álcool variam de indíviduo para indivíduo é bastante relevante(a chamada vulnerabilidade biológica).
O etanol pode ser altamente solúvel em água,cai rapidamente na corrente sanguínea e é distribuído para diversos órgãos.(Mais informações no tópico "os efeitos do álcool no organismo",aqui em nosso blog).
O álcool é metabolizado no citosol das células hepáticas,em que a enzima álcool desidrogenase(ADH) produz o acetaldeído,que é anulado pela aldeído desidrogenase(ALDH)na mitocôndria das células hepáticas.
Acontece que algumas pessoas metabolizam o álcool melhor do que outras.Sem contar que pode haver alterações no organismo devido ao consumo excessivo de álcool,o que pode levar uma pessoa que até então tolerava bem o álcool a reagir ao consumo com uma patologia(doença).Tem que se considerar também a quantidade de bebida consumida diariamente por um período prolongado.A OMS diz que o consumo aceitável para homens é de 15 doses/semana e para mulheres é de 10 doses/semana;sendo uma dose equivalente a 350 ml de cerveja aproximadamente.
Porém a dependência química se manifesta de maneira tardia, costuma manifestar-se entre 4 a 6 anos de consumo constante para adolescentes e 6 a 8 anos para adultos.
Pessoas que fazem uso excessivo de álcool apresentam um conjunto de sintomas físicos e/ou psicológicos, que podem ser neuromusculares:tremores,cãibras;digestivos:náuseas,vômitos;e psiquícos como:ansiedade,humor depressivo,insônia e irritação.A tolerância, que é a resistência ao álcool é considerada mais um sintoma.
O tratamento para dependentes químicos do álcool é minucioso e prolongado.Torna-se essencial a participação da família,pois haverá a necessidade de conscientização do indivíduo sobre essa realidade sem que ao mesmo tempo seja destruída sua auto-imagem,o que levaria a uma consequente perda de vontade de viver,o que só pioraria a situação.Existem diversos grupos e formas de tratamento,sendo necessário que o individuo entenda o que se passa com ele,desfazendo a ideia de que bebe por causa de um problema externo,assumindo que precisa de ajuda e que deseja ser curado.


Referências:
http://www.psicosite.com.br/tra/drg/alcoolismo.htm
http://alcoolismo.com.br/artigos/voce-sabe-reconhecer-um-alcoolatra/
http://adroga.casadia.org/codependencia/co-dependencia_tratamento_familia_dependencia.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Alcoolismo
http://www.alcoologia.net/Frames/fr_inftemsaude03.htm

terça-feira, 1 de novembro de 2011

VICTOZA e o Organismo - Parte I

Olá pessoal, novamente falarei sobre o VICTOZA. O assunto está “bombando” na mídia devido à polêmica causada pela capa da Veja(n° 36) do dia 07/09/11, portanto, falarei um pouquinho mais sobre o assunto para vocês.
Quando estava pesquisando para escrever esse post, fiquei foi mais preocupada! Algumas pessoas estão obcecadas em perder peso e estão desconsiderando coisas essenciais, a mais importante delas: a própria saúde. Ao ler relatos de pacientes que ministram as drogas (em fóruns), percebi que quando um paciente relata algum efeito colateral as demais pessoas de certo modo dizem que é “normal”. Porém, quando algum paciente relata ter emagrecido 11kg em 30 dias, as demais pessoas simplesmente ignoram tudo e só pensam no resultado final.
Outra coisa que me preocupou, foram os sites que passam informações não precisas. Antes de se empolgar com qualquer novidade, principalmente se tratando de saúde, é preciso ter uma boa fonte de dados! Alguns, como os que citarei, só pelo título já não demonstra credibilidade:

“Novo medicamento ajuda a emagrecer rápido e fácil”
(http://www.odiario.com/blogs/carlossica/2011/09/07/novo-medicamento-ajuda-a-emagrecer-rapido-e-facil/)
“Remédio Liraglutida Victoza - Novo Emagrecedor” (http://www.sempretops.com/saude/remedio-lariglutida-novo-emagrecedor/)
“Obesos, liraglutida é o remédio da vez”
(http://www.corposaun.com/obesos-liraglutida-remedio-vez/2990/)
“Victoza: remédio pode ser novo emagrecedor da moda” (http://blog.brasilacademico.com/2011/09/victoza-remedio-pode-ser-novo.html)
“Liraglutida Victoza: Medicamento – Novo Emagrecedor” (http://www.mundodastribos.com/liraglutida-victoza-medicamento-novo-emagrecedor.html)
E, por fim, um último comentário é que hoje as pessoas diabéticas do tipo 2 que precisam tomar o medicamento não estão encontrando em farmácia nenhuma o Victoza, tudo isso, devido à essa algazarra toda da mídia. Já foi divulgado uma nota pela ANVISA de que a droga não é indicada para emagrecimento e, não só ela, mas também a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabolismo (SBEM).
Bom, mas indo direto ao ponto. O que, de fato, esse remédio faz? Como e onde ele age no organismo?
Nosso corpo é basicamente regulado por hormônios, são eles os responsáveis, por exemplo, por enviar as informações de fome e saciedade. Portanto, dois hormônios são essenciais nessas circunstâncias: quando com fome (em Jejum) temos altos índice de Glucagon, em contrapartida, quando saciado (pós-prandial) temos altos índice de Insulina. Rapidamente falando sobre eles, o Glucagon é produzido pelas células alfas do pâncreas e tem como função a quebra do glicogênio hepático. Já a Insulina é produzida pelas células beta do pâncreas e tem como função a absorção de glicose pelas células.
Em algumas patologias, como é o caso da Diabetes Mellitus Tipo 2, há uma resistência à insulina, gerando um quadro de hiperglicemia devido ao déficit de insulina. É uma doença que não tem cura e, quando não tratada, pode causar sérios danos ao paciente, como ganho de peso, hiperglicemia acentuada, perda da visão.
Victoza foi um remédio desenvolvido e aprovado para tratar especificamente essa doença, a Diabetes Mellitus Tipo 2. Seu mecanismo de ação se baseia basicamente em imitar um hormônio já existente no organismo, que tem como função estimular das células beta do pâncreas a produzir Insulina. Com mais insulina, o quadro de hiperglicemia se estabiliza e, paralelamente, o hormônio Glucagon também diminui. Esse hormônio que o Victoza imita é o GLP-1.
Para o Diabético tio 2, esse remédio tem apresentado bons resultados como: controle glicêmico, melhora a função das células beta, redução significativa da pressão arterial e até mesmo a perda de peso. Porém, vale ressaltar que estamos falando de diabéticos. O Victoza como emagrecedor ainda está em fase de TESTE e sua eficácia não foi comprovada! Os danos que ele pode causar em não diabéticos ainda é um risco muito grande! Para isso, mostrarei pra vocês alguns depoimentos relevantes:
“Estudos estão sendo realizados em relação ao seu emprego no tratamento da obesidade acompanhada de complicações, mas ainda não foram publicados os resultados do acompanhamento de um número suficiente de pacientes para que esta indicação terapêutica seja aceita.” (SBEM)
“Este produto é um medicamento novo e, embora pesquisas tenham indicado eficácia e segurança aceitáveis, mesmo que indicado e utilizado corretamente, podem ocorrer eventos adversos imprevisíveis ou desconhecidos. Nesse caso informe seu médico.” (Bula do Victoza referente ao próprio tratamento de diabéticos)
“Mary - 20 de outubro de 2011 às 12:54:

Desde julho de 2009 Victoza chegou ao mercado aqui na Alemanha. Até agora só leio sobre a euforia e esperanca de que este medicamento traga melhores resultados quanto ao tratamento da Diabetes (somente da diabetes tipo 2).Nada para emagrecer. Estou surpresa com esta publicacao da Veja e da grande procura do remédio por pessoas que desejam emagrecer a qualquer preco.Quem sabe a Veja ganhou uma boa grana para fazer esta propaganda tao irresponsável? Assim,o Brasil vira mais uma vez um campo de experimentacao que nao é permitido aqui na Europa nem nos Estados Unidos. O brasileiro gosta de riscos.Já ouvi falar que alguns até usam antidepressivo para emagrecer…só falta fazerem quimioterapia sem ter cancer porque também emagrece e muito. Vamos comer menos e saudável.O Brasil tem frutas e legumes frescos o ano inteiro. Saúde para todos”
(Depoimento no site: )


- Referências Bibliográficas:

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Reação do cérebro ao álcool

Depois de um tempo ausente, no post de hoje explicarei, de forma objetiva, como o cérebro reage ao álcool, essa droga tão utilizada atualmente!
Inicialmente, o álcool afeta a comunicação entre as células nervosas (os neurônios) e os tecidos, aumentando a atividade tanto das vias, quanto de neurotransmissores inibidores e impedindo a atividade dos estimulantes. Exemplificando, o álcool faz com que a atividade dos neurotransmissores GABA (ácido gama-aminobutírico) e dopamina sejam aumentados, que fazem com que os movimentos fiquem mais lentos e a fala enrolada e cria sensações de prazer, respectivamente. Enquanto isso, inibe a atividade do glutamato, o que leva a um retardo fisiológico.
Tudo isso significa que o organismo irá reagir mais lentamente a qualquer estímulo, seja ele intra ou extracorporal.
Então, o cérebro é afetado pelo álcool na seguinte ordem: córtex cerebral, sistema límbico (hipocampo, amídalas e nucleus accumbens), cerebelo, hipófise (ou glândula pituitária), hipotálamo e medula (haste do cérebro).
  • Córtex cerebral: É o responsável pelo pensamento, raciocínio, percepção, atenção, memória de longo prazo, linguagem e funções executivas e os processos de percepção sensorial (visão, audição, tato e olfato). O álcool faz com que os centros inibidores sejam enfraquecidos, o que deixa a pessoa mais desinibida, comunicativa e autoconfiante; os sentidos ficam mais lentos, tendo problemas com audição, olfato, visão, tato e paladar, e o limiar de dor fica maior. Por fim, o indivíduo não consegue utilizar o bom senso, muito menos pensar claramente.
  • Sistema límbico: Esse sistema é responsável pelas emoções (medo, raiva, dor, prazer, afeição, libido)e em processos de memória (o hipocampo, em particular, está associado à consolidação da memória recente). O álcool faz com que a pessoa exagera nos seus sentimentos, além de perder a memória recente
  • Cerebelo: Responsável pelo sistema motor e por manter o equilíbrio e a postura corporal. Sendo assim, o álcool afeta nos movimentos musculares, assim como no equilíbrio.
  • Hipófise: Responsável pela produção de hormônios, que é estimulada pelo hipotálamo. O álcool inibe a secreção de ADH (hormônio antidiurético) - que age nos rins para absorção de água. Com os baixos níveis de ADH no sangue, os rins não absorvem água e, então, não produzem urina.
  • Hipotálamo: Tem como função a regulação hormonal, temperatura corporal, tradução das emoções em resposta física (aumento dos batimentos cardíacos, por exemplo, como resposta à uma situação de medo) e de sensações de fome e sede. O álcool enfraquece os centros neurais que controlam a excitação e o desempenho sexual; e a medida que a concentração de álcool no sangue (alcoolemia) aumenta, a excitação aumenta e o desempenho sexual diminui.
  • Medula: Está relacionada com recepções sensoriais, reflexos e referência motora somática e autônoma. Ao chegar na medula, o álcool deixa a pessoa sonolenta e pode deixa-la sonolenta a medida que a alcoolemia aumenta. Caso o nível de álcool no sangue chegue a níveis críticos, pode-se afetar a respiração, os batimentos cardíacos e a temperatura corporal. A pessoa passa a respirar mais lentamente ou, até mesmo, para de respirar, deixando a pressão sanguínea e a temperatura corporal baixas, podendo ser fatal.
Resumindo, quando o álcool chega ao sistema nervoso central, deixa todas as atividades autônomas e somáticas alteradas. Portanto, a ingestão do álcool deve ser administrada moderadamente!

Ah, e uma curiosidade: Recentemente foi descoberto por cientistas japoneses e estadunidenses porque o álcool causa sensação de relaxamento! Eles concluíram que essa sensação é causada porque o álcool abre canais iônicos nas células cerebrais, que eliminam potássio, reduzindo sua atividade. Assim, o cérebro para de funcionar plenamente, o que causa a sensação de relaxamento.

Lembre-se sempre: BEBA COM MODERAÇÃO!




Referências bibliográficas:

sábado, 29 de outubro de 2011

A desnutrição e o álcool





O álcool provoca vários danos ao organismo e um deles é a desnutrição. Indivíduos que bebem em excesso frequentemente podem desenvolver quadros graves de má nutrição. Isso se deve a fatores como a má absorção de nutrientes causada pelo álcool ou pela própria despreocupação dos alcoólatras com a alimentação.



Pessoas alcoólatras costumam ingerir bebidas e simplesmente se esquecem da alimentação. Essa atitude é um erro terrível já que o álcool possui apenas calorias vazias, ou seja, ele fornece grande quantidade de energia porém não fornece nenhum nutriente. Como o organismo não funciona apenas a base de energia, ele precisa de outras substâncias presentes nos alimentos. Dessa forma, os alcoólatras acabam desenvolvendo doenças ligadas a desnutrição.



O álcool atrapalha o organismo a absorver nutrientes importantes, como por exemplo, as vitaminas do complexo B que são essenciais para manter a saúde dos órgãos. Além disso, o álcool lesa os órgãos do trato gastrointestinal, prejudicando a digestão dos alimentos.



As pessoas que abusam do álcool devem procurar se alimentar bem ingerindo alimentos ricos em proteínas, nutrientes essenciais (ácidos graxos insaturados, vitaminas A, B, C e zinco) e devem também aumentar a ingestão de água para evitar a desidratação provocada pelo álcool. Todas essas medidas auxiliam o organismo a se recuperar dos efeitos danosos do álcool.




Bibliografia:










terça-feira, 25 de outubro de 2011

VICTOZA - O fim da obesidade?

Olá pessoal,
Hoje falarei de um assunto que está super em alta na mídia e que, inclusive, foi capa da revista Veja do dia 7 de Setembro de 2011. Falarei sobre o famoso VICTOZA (Liraglutida), o remédio que faz milagres! Será???

Muitos são os comentários que se ouvem hoje na mídia a respeito de seus efeitos milagrosos, mas o que poucos não sabem é que não é indicado seu uso como emagrecedor, principalmente, devido aos seus potenciais perigos.
Apesar de o excesso de peso ser um fator de risco à saúde e que não é (nem um pouco) fácil perder os quilinhos extras, é necessário se considerar alguns fatores. Também é sabido que estar acima do peso pode acarretar, em muitos casos, outros problemas tanto no âmbito psicológico (como depressão), quanto no próprio âmbito fisiológico (como problemas de coração). Sim, o excesso de peso é um fator crítico que deve, sim, ser considerado, trabalhado e tratado.
Não estou querendo “cortar o barato” dos que estavam empolgados com os efeitos milagrosos de perder até 11 quilos em 2 (dois) meses – Como foi o caso relatado do Luiz Henrique Pires de Oliveira Alves. Mas, infelizmente, o Victoza não é tão milagroso assim, nem tão sem efeitos colaterais quanto se mostrou.
Bom, mas antes de adentrar propriamente no tema do remédio, queria fazer uma crítica em relação à reportagem. A revista Veja fez uma reportagem sensacionalista e até mesmo patética, a meu ver. Primeiro, porque antes mesmo de o remédio ser aprovado pela ANVISA como emagrecedor, a mesma já estava divulgando sem ter, de fato, propriedade para falar. E, quando digo isso me refiro, também, ao fato de que ela tem que considerar todo seu público alvo (pessoas instruídas e leigas). A Veja é uma revista conceituada e, pelo fato de uma reportagem como essa sair na capa, muitas pessoas a tomam como verdade. Não tenho dúvidas de que na semana seguinte à sua publicação, diversas pessoas que sofrem do mal do excesso de peso foram procurar seus médicos para pedir uma prescrição do tal “remédio milagroso que faz emagrecer”. (Nem entrarei no mérito de médicos que, por dinheiro, prescreverão o Victoza).
A segunda crítica é relacionada ao próprio exemplo que a revista deu: uma mulher de 1,75m que pesa 80kg. Ok, ao fazer os cálculos de IMC (Índice de Massa Corporal) chegamos ao valor de 26,1 (Acima do peso – Sobrepeso). Seu objetivo era de chegar aos 70kg (IMC 22,9 – Peso Ideal). De fato, ela estava com sobrepeso, mas o ponto que eu gostaria de chegar é que ela não estava nem no estágio de obesidade, que varia dos graus 1 a 3 (IMC acima de 30). A questão é, qualquer leigo que lê a reportagem pensa “Quero perder uns quilinhos, vou ao médico para tomar esse remédio que aí nem preciso fazer atividade física”, ou até quem sabe “Opa, já está chegando o verão/carnaval, preciso perder uns quilinhos rápido pra ficar bem de biquíni”. Porém, essas pessoas não estão considerando o grande risco que estão colocando sua vida para um objetivo estético ou outros.
Apenas para frisar, não estou querendo desconsiderar os 10kg que ela estava pesando a mais, muito menos dizendo que é fácil perder peso. Mas efeitos como náuseas (40%), diarréia (18,7%), vômitos (17%), assim como tumores na tireóide, câncer, pancreatite.

Vou colocar o link da bula do Victoza (http://www.mudandodiabetes.com.br/mudandodiabetes/download/Victoza-bula-paciente.pdf) para quem quiser maiores informações a respeito, mas vou colocar a baixo os Efeitos Colaterais:

"8. QUAIS OS MALES QUE ESTE MEDICAMENTO PODE ME CAUSAR?
Como todos os medicamentos, Victoza® pode provocar efeitos colaterais, embora nem todas as pessoas os apresentem. Reação muito comum (ocorre em 10% ou mais dos pacientes que utilizam este medicamento):

• Náusea (enjôo). Este sintoma normalmente desaparece com o tempo.
• Diarreia. Este sintoma normalmente desaparece com o tempo.

Reação comum (ocorre entre 1% e 10% dos pacientes que utilizam este medicamento):

• Hipoglicemia (baixo nível de açúcar no sangue). Os sinais de advertência para hipoglicemia podem aparecer repentinamente e podem incluir: suor frio, pele fria e pálida, dor de cabeça, batimento cardíaco rápido, enjôo, muita fome, alterações na visão, sonolência, fraqueza, nervosismo, ansiedade, confusão, dificuldade de concentração, tremor. Seu médico lhe avisará como tratar o nível baixo de açúcar no sangue e o que fazer se você observar estes sinais de advertência. Se você já estiver recebendo uma sulfonilureia ao começar a usar Victoza®,
seu médico pode pedir que você reduza a dose da sulfonilureia.
• Anorexia
• Redução do apetite
• Dor de cabeça
• Vômito
• Dispepsia
• Gastrite (inflamação no estômago). Os sinais incluem dor no estômago, náusea e vômito.
• Doença do refluxo gastroesofágico (DRGE). Os sinais incluem azia.
• Distensão abdominal
• Dor na parte superior do abdome
• Constipação (prisão de ventre)
• Gases (flatulência)
• Eructação (arroto)
• Infecção das vias aéreas superiores.

Reação incomum (ocorre entre 0,1% e 1% dos pacientes que utilizam este medicamento):
• Pancreatite
• Distúrbios da tireoide, como nódulos, aumento da calcitonina no sangue e bócio.
Se algum destes eventos se agravar, ou se você notar qualquer efeito colateral não citado nesta bula, procure seu
médico, enfermeiro ou farmacêutico.

Atenção: este produto é um medicamento novo e, embora as pesquisas tenham indicado eficácia e segurança aceitáveis, mesmo que indicado e utilizado corretamente, podem ocorrer eventos adversos imprevisíveis ou desconhecidos. Nesse caso, informe seu médico ou cirurgião-dentista."

Apenas uma observação, tais efeitos como náuseas (40%), diarréia (18,7%), vômitos (17%) potencializam o emagrecimento (óbvio), porém de forma a desidratar e prejudicar a própria saúde do usuário. Fora que na própria capa da revista diz "sem grandes efeitos colaterais" (o que é um absurdo!)
Abaixo colocarei um exemplo de como estão fazendo alusões em relação ao uso do Victoza como emagrecedor:
A simulação a seguir é com base em um tratamento de 5 meses, em um paciente que usa manequim (tamanho da calça) 48:
Tomando apenas o remédio:
• novo tamanho da calça: 44• perda de peso: 7 quilos• queda de risco de derrame e infarto: 3%• queda na taxa de pressão arterial: 5%
Remédio + dieta equilibrada:
• novo tamanho da calça: 40• perda de peso: 10 quilos• queda de risco de derrame e infarto: 5%• queda na taxa de pressão arterial: 10%
Remédio + dieta equilibrada + ginástica*:
• novo tamanho da calça: 38 a 40• perda de peso: 12 quilos• queda de risco de derrame e infarto: 6%• queda na taxa de pressão arterial: 12%
* uma hora por dia de exercícios aeróbicos, como a corrida
O Victoza é mais eficaz que os outros emagrecedores?
Segundo a reportagem de Veja, a liraglutida tem proporcionado mais perda de peso que os inibidores de apetite habituais. Em comparação com a sibutramina, o mais famoso deles, a redução de peso é cerca de 50% maior. Além disso, a liraglutida pode ser utilizada por uma gama mais ampla de pacientes.” (http://bardoboris.blogspot.com/2011/09/victoza-precos-onde-comprar.html)
Bom pessoal, me ative a fazer apenas uma crítica à reportagem da Veja e uns comentários superficiais a respeito do Victoza. No próximo post falarei um pouco mais sobre esse assunto, porém abordando o aspecto mais propriamente bioquímico, mostrando como ele age no organismo.

Referências Bibliográficas:
-http://veja.abril.com.br/acervodigital/home.aspx (Reportagem de Capa 07/09/2011)

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Adolescência e álcool

A cada geração que se inicia, os jovens começam a beber cada vez mais cedo. Não há um motivo definido para esse fato, às vezes pode acontecer pelo fato de os amigos já beberem e, para ser bem aceito naquele grupo, o jovem sente que precisa beber também, ou por pressão das incertezas da idade, ou por problemas familiares e até mesmo para mostrar revolta ou para provar pros pais que já cresceram.

Essa redução na idade do inicio da ingestão de bebidas alcoólicas ocorre muito também pelo fato de os estabelecimentos não terem total controle sob a venda das bebidas alcoólicas, sendo que muitos nem ao menos pedem a carteirinha de identidade para seus freqüentadores. Os estabelecimentos que o fazem estão infringindo a Lei nº 9.294, de 15 de julho de 1996, que fala expressamente que é proibida a venda de bebidas alcoólicas para menores de 18 anos.

Logomarca do PROERD
Há um programa do governo chamado PROERD (Programa Educacional de Resistência às Drogas) onde policiais militares fazem um trabalho social de prevenção com alunos de escolas públicas e particulares que estejam cursando o quinto ou o sétimo período do Ensino Fundamental. Neste programa é distribuído um livro e são feitas atividades para prevenir estes jovens sobre as possíveis situações que envolvam drogas, por exemplo pra eles não aceitarem balinhas de estranhos dentre outras possibilidades, tudo isso para que estes jovens possam tomar as suas decisões de forma consciente e responsável. O mesmo programa pode ainda ser aplicado aos pais e familiares.

Para se ter uma idéia da magnitude do problema basta olhar os dados de uma pesquisa realizada em 2004 pelo CEBRID (Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas) na qual foi constatado que 48,3% dos adolescentes na faixa etária dos 12 aos 17 anos já haviam ingerido bebidas alcoólicas, sendo a maioria do sexo masculino. Além disso, essa pesquisa questionou também a quantidade destes adolescentes que teriam dependência química de álcool e o resultado foi que, dentre os 48,3%, cerca de 6,7% dos adolescentes entrevistados são dependentes alcoólicos.

Os sintomas de dependência química em adolescentes são bastante diferentes dos sintomas nos adultos. Alguns dos sintomas nos adultos são: tremor, fala enrolada e dificuldades para andar com firmeza. Já nos adolescentes, por terem um organismo mais resistente, os únicos sintomas são mudanças de comportamento.

Para finalizar este post e ao mesmo tempo confirmar o que já foi mencionado antes com relação à média de idade atual com a qual as pessoas começam a beber, foi feita uma enquete durante um mês em nosso blog questionando a idade na qual as pessoas começaram a beber. Um total de 50 pessoas com idade entre 20 e 30 anos responderam à nossa enquete e os resultados foram que 30% destas pessoas começaram a beber antes dos 15 anos, 56% destas pessoas começou a beber entre os 15 e os 18 anos e 14% começaram a beber apenas após os 18 anos de idade.


Bibliografia:
·                    http://www.psicologia.org.br/internacional/pscl33.htm
·                     http://www.proerd.rn.gov.br/oquee.htm
·                     http://www.cebrid.epm.br/index.php
·                     http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9294.htm
·                     Google Imagens